sábado, 27 de outubro de 2007

Um Bom Exemplo

Bem sabeis o quão dura é a tarefa que me espera todos os dias, de fiscalizar os actos oficiais praticados por terras castrenses. Já reza o ditado, e com razão: é um trabalho sujo, mas alguém tem de o fazer. Umas vezes é uma nodoazita que cai, nem se nota; noutras é uma borratadela em cheio na camisa; e noutras, enfim, emporcalho-me todo!... É conforme a gravidade dos desvios às boas normas de conduta administrativa.
Na semana passada, por exemplo, dei comigo a fazer uma visita a um dos mais conceituados bastiões da hierarquia política local. Por haver tantos, é sempre difícil ao leitor adivinhar a qual deles me refiro. Vou ajudar. Trata-se de um serviço cuja missão é a de prestar apoio ao GP – Gabinete da Presunção -, cobrindo-lhe a retaguarda em matérias que vão desde o simples auxílio burocrático a estar presente em cerimónias de cariz protocolar. Ou seja, na prática, podemos designar tal serviço… por um grande tacho!
Ora, e onde há um grande tacho há sempre um frade barrigudo! Aliás, trata-se de um dos requisitos eliminatórios para se poder exercer funções nesse dito serviço: ter uma pançola farta, e gostar de a ostentar alarvemente! E assim é no GAF – Gabinete de Apoio às Fífias -, local que me vi obrigado a visitar no decurso das minhas funções.
Muita mudança parece ter por ali ocorrido, e, segundo me disseram, para melhor. Mas eu precisei de o comprovar na prática, e, assim, eis aqui o fruto das minhas indagações. Pude atestar, presencialmente, que, no GAF, o funcionário não vai mesmo além de um frade pançudo que passa a vida a desviar a barriga das ilhargas para poder dar um passo em frente! Pois pudera! Passa os dias nessa actividade tão sumamente política de “encher a leira”, que outro desfecho não seria de esperar! O homem está devidamente capacitado, asseguro-vos!
E antes que me desdobre para aqui em elogios à sua tão proeminente pessoa, vou apenas referir uma das inovações do seu mandato: revogou a anterior lei, ali vigente, da Vacatio Legis (o vazio da lei), e instaurou, em sua vez, a figura da Vacatio Lérias, bem mais adequada aos hábitos e costumes desta pequena República das Bananas, Princesa Serrana, Castro Daire. Contem com o homem, é o que vos digo!
E quanto à presunçosa massa dirigente que ocupa o GP, que não se aflija, porque os flancos estão protegidos, e bem, queira Deus dar longa vida a esse frade barrigudo, baluarte máximo das vossas fífias!
Porque com o GAF… não há homem honesto que se safe!... Olé!!!
MOMENTOS CHAVEZ, como diria o Pacheco Pereira
"Autarquia de Castro Daire ajuda crianças carenciadas no regresso à escola""No início do presente ano lectivo esta foi uma boa surpresa para estas crianças e respectivos agregados familiares."Eis uma daquelas noticias que ilustra bem a categoria dos nossos políticos. O site da câmara é profícuo nestas coisas. Propaganda da mais reles qualidade, é o que vos digo. Perdoem-me a ligeireza com que tratarei este assunto, mas um descaramento como este merece duas palavrinhas mais corrosivas. Sempre me lembro das crianças de famílas com mais dificuldades receberem livros, material escolar e alimentação desde a primária até ao 12º Ano. Mais, nem só as mais carenciadas recebiam esta ajuda. Eram quase todos, inclusive filhos de emigrantes com tudo e mais alguma coisa, que apenas sofriam do mal da fartura, também recebiam apoio do Estado. Era o bendito "Escalão". Era uma alegria, dava para todos.Era só o que mais faltava, agora, a câmara não cumprir o seu dever. Digo mais, se o nosso executivo municipal soubesse exactamente a necessidade que muitos municipes passam, sobretudo crianças de tenra idade, com certeza sentir-se-ia embaraçado com estas campanhas.Mas eu sou um tipo porreiro. Eis a versão benigna: A nossa presidente tem muito bom gosto para camisas com temas tropicais e que a fotografia que está no site da câmara não foi lá posta apenas para que os municipes veja que se gasta muito dinheiro em esfregonas vileda...

sábado, 20 de outubro de 2007

Puzzle da Política Castrense

Como a vida de um homem não pode ser só trabalho, senão embrutece e embandeira numa qualquer espécie de ser misantropo, eu também tenho os meus hobbies. Entre eles, um, particularmente, me vem ocupando nos últimos dias: a construção de puzzles.
É uma actividade muito relaxante e à qual vou dedicando preciosos minutos. Não é meu costume escolher nenhum tema em específico. Habitualmente, contento-me com paisagens, fachadas de castelos, pequenos aglomerados de casas, enfim, tudo o que possa ter algum interesse e constituir, ao mesmo tempo, um desafio para mim.
Mas, num destes dias, permiti que o meu trabalho irrompesse um pouco na esfera da minha vida privada. Assim, decidi que faria um puzzle sobre a vida política da nossa terra, com todas as figuras que a compõem. Não foi difícil encontrá-las, quanto mais não seja porque, cada uma à sua maneira, todas procuram o seu protagonismo. A maneira como o atingem é que nem sempre é a mais católica. Mas isso são contas doutros rosários. Ao que interessa.
Pois eu já tinha recolhido todas as figuras políticas, as que governam (estará este verbo correctamente empregue?...), as que se opõem à forma como aqueles governam, e as que são, simplesmente, verbo de encher. Juntei-as todas, recortei-as a preceito, espalhei-as em cima de uma mesa, e comecei a fazer o puzzle.
Escusado será dizer que não tive grande dificuldade. Pudera! Se tinha sido eu a fazê-lo de raiz... Mas, como não contente comigo próprio, desfi-lo, logo que completo, e, para mera recreação pessoal, recomecei a fazê-lo, mas, desta vez, virando as peças de patas para o ar. Desta vez foi mais difícil. Andei ali às apalpadelas, mas tudo saiu bem, e, às duas por três, estava o puzzle de novo inteiro.
E agora? Estaria tudo no seu sítio devido? Confesso alguma excitação antes de voltar o puzzle. Mas nem hesitei. Voltei-o e... nem podia acreditar!... De facto, todas as peças se encaixavam umas nas outras, perfeitamente, mas as peças não estavam todas no mesmo sítio em que haviam estado da primeira vez. Mais: havia figuras políticas que, por capricho, estavam agora a ocupar sítios impensáveis. Por exemplo, uma figura da oposição tinha ido parar ao sítio de uma figura do “poleiro”, vice-versa, e outras situações afins. Inacreditável!...
Mas, depois de olhar uma e outra vez para aquele resultado, vi que, afinal, o puzzle, daquela maneira, continuava a fazer sentido. Porque seria?... Porque seria que ter uma figura do “poleiro” num sítio era indiferente a ter lá outra da oposição? Olhei com minúcia para as peças em causa. Ah! Eis resolvido o mistério! As peças, sejam umas sejam outras, tinham todas o mesmo feitio, e por isso, o puzzle fazia sempre sentido e mantinha sempre o mesmo reles valor. Então vi a solução para o puzzle da política da Princesa Serrana, essa vila beirã aninhada entre fragas e giestas: eram precisas novas peças... São precisas novas peças, que não se encaixem neste puzzle e queiram fazer um novo!

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Eis que me faço anunciar ao povo de Castro Daire...aqui vai a primeira das minhas amarguras!Adoro a minha terra...mas irrita-me a sinalética de Castro Daire. Quem conduz a sinalização do na nossa terra ou anda muito em baixo, ou então não quer saber daquilo para nada. Triste.Afinal, um gajo quando entra na nossa terra, seja lá por onde vier tem de saber que está em Castro Daire! As placas que indicam caminhos (as poucas) que existam têm de indicar para onde se vai e para onde se pode ir. Com certeza o dinheiro esgotou-se, assim como a capacidade e dos responsáveis em assimilar informação depois dos 500 mil sinais que existem num só rotunda. Também não deve ser preciso. Pra quê? De casa para casa da família já se deve conhecer o caminho, suponho...Isto pode ser apenas uma ninharia, mas as pessoas de cá têm de se identificar com a sua terra, amarem-na e lutarem pela sua dignificação, sobretudo na diáspora. Quando alguém nos pergunta de onde somos, temos que ter orgulho em dizer que somos de Castro Daire! Não somos de Viseu! Querem um exemplo: basta ir ao hi5 e ver onde a malta nossa conterrânea se situa geograficamente e identifica!Uma sugestão: só pode ser aceite no grupo Alkunhas , quem for de Castro Daire! Tonhão, regista aí....