segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

O nosso Shakespeare



E pensar que a nação castreja pudesse ser o berço de uma obra-prima da dramaturgia mundial! Pois, mas é verdade. Descendente directo do grande dramaturgo inglês, o incomparável Guilherme Shakespeare, o nosso homem das letras, Estafermo Sheikspia, traz a lume uma peça onde se imiscuem o concreto e o fantástico, retratando de forma ao mesmo tempo fantasiosa e real as peripécias em que a nação castreja é, afinal, tão fértil.
A originalidade de Sheikspia consiste no retomar de ícones e mitos da tradição literária europeia, reformulando-os à luz dos tempos modernos. Exemplo disso, a sua última peça, um marco das letras castrejas: depois de “Homelete” e “MacBate”, o glorioso “Robin de Frosques”, obra que já muitos consideram ímpar pela bravura com que revolve elementos do imaginário folclórico saxónico e lhes dá novo corpo.
Em que figuras do real foi Estafermo Sheikspia encontrar contrapartida para as suas personagens, isso ficará a cargo dos eminentes críticos literários castrejos: o Engraxador das 4 Esquinas e o séquito adstrito de taxistas, gente de tempo e talento para avaliar o valor intrínseco de uma qualquer obra escrita, desde um artigo de opinião no jornal “A Bola” a um folheto informativo sobre hemorróidas!
Algumas das personagens de “Robin de Frosques” são: naturalmente o próprio Robin de Frosques, herói popular, que não tira ao povo, mas que também não dá, e que fora isso, quando a coisa aperta, simplesmente dá de frosques! Frei Fuck, frade pançudo, mas que nunca vira a cara a uma boa briga, principalmente se o não envolver a ele, e note-se também, em cujas mãos um garfo e uma faca constituem uma arma letal contra qualquer borrego assado! A Xerifa de Nottingama, uma novidade pelo sexo da personagem, sinal de que a obra não desprimará por qualquer suspeita de machismo. E finalmente Ferrardo, Coração de Leão, rei prometido mas que nunca mais vem, porque anda ocupado a combater mouros na PlayStation dos netos!
O livro não tarda nos escaparates. Nota 20.