terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Paglieri ensarilhado


Escândalo no mundo das artes! Umas das mais destacadas figuras das artes castrejas, uma individualidade cujas origens ancestrais remontam à época dos grandes mestres do Renascimento, o reputado esgalhador de pedra Emanuel Paglieri, está a ser alvo de vários processos opinacionais com base em supostos plágios das obras de outros artistas.
O fundamento para tais acusações, que o próprio advogado do visado, o Dr. Zé Martel Judas, já veio a público refutar, por não se poderem, em essência, considerar verdadeiros plágios, é que Emanuel Paglieri fez as suas obras a partir das sobras das obras de outros artistas.
Tudo começou quando um simples transeunte, um pedreiro maneta e a sofrer de várias tendinites, estando a apreciar uma das obras de Paglieri postadas em praça pública, comentou involuntariamente: “Foda-se, e chamam a isto arte?! Às vezes quando estou a acabar de fazer um muro sobram-me bocados de pedra assim, parecidos co’ estes…”
Um crítico de arte do período do Paleolítico que ali se encontrava nas imediações levou o comentário a sério e tem vindo a fazer um trabalho de investigação, no sentido de averiguar se as obras de Paglieri são ou não, na verdade, o que sobrou a outros artistas na execução das suas obras. Para isso, mandou analisar várias obras escultóricas, procurando ver se as obras de Paglieri como que encaixavam naquelas, quais peças de um puzzle, provando-se assim a acusação de plágio, se é que de plágio se trata.
Emanuel Paglieri, por seu turno, já veio a público defender-se, e seguindo o conselho de um seu amigo tóxico-independente, viciado no pó, argumenta que não fez mais do que reciclar material excedentário, pois, segundo o que o seu tal amigo lhe disse várias vezes, “a pedra é uma coisa muito valiosa, não se pode desperdiçar de forma alguma… Tomara eu deitar a mão a muita pedra!...”
Outros artistas também já reagiram, e alguns parecem mesmo corroborar a sustentabilidade de tal acusação, como é o caso de Miguel Ângelo, que enquanto rematava umas pinceladas no tecto da Capela Sistina, não se coibiu de afirmar que, efectivamente, tem a noção de que Emanuel Paglieri se possa ter apropriado de restos do seu trabalho, como da estátua de David, donde, inclusive, retirou pedra em excesso, dando a ideia de que David posara para o mestre renascentista num dia de muito frio…
“Doutra vez foi um porta-sabonetes… Esse cabrão paga-mas!” – acrescentou ainda Miguel Ângelo.